Racionalismo

sábado, 29 de março de 2008

A Bauhaus

A Bauhaus, uma escola de arte totalmente nova, foi fundada em 1919, em Weimar, segundo a ideia e direcção de Walter Gropius.



Tornou-se na escola mais influente do séc.XX no domínio da arquitectura, do design e da pedagogia das artes plásticas, na qual ensinaram muitos dos mais importantes artistas modernos. O seu nome, (Bauhaus – casa da construção), fazia alusão às lojas dos pedreiros medievais. As belas-artes e as artes aplicadas, a teoria e a prática, deviam ser integrados numa criação comum cuja conclusão seria a arquitectura como obra de arte integradora. Contudo, as técnicas contemporâneas eram aplicadas e as virtudes dos mestres-artesãos deviam ser transferidas para as condições da era industrial. Com um compromisso semelhante ao ideal da “Werkbund”, no que se refere à honestidade face aos materiais e às funções, a adequação dos produtos tornou-se a ideia condutora e a produção industrial o objectivo do trabalho de concepção. Em 1921, um dos membros fundadores do “De Stijl”, J.J.P.Oud – que na sua condição de arquitecto camarário de Roterdão produziu, com a urbanização de Kiefhoek ou bairro de Hoek van Holland, exemplos excepcionais de arquitectura racionalista – exigia: “a tensão, realiza-se esteticamente no grande ritmo, no complexo equilíbrio entre elementos que se relacionam entre si e se influenciam reciprocamente, apoiando a intenção estética uns dos outros, onde nada pode ser acrescentado nem retirado. Cada elemento está na sua posição e na sua dimenção, numa relação tão intima com os outros, por si próprio e no todo, que qualquer – mesmo a menor – alteração tem como consequência a perturbação do equilíbrio. Aquilo que na arquitectura actual, com os meios próprios, fica a dever a um equilíbrio deste tipo, corrige-o com a aplicação de ornamentos. Uma arquitectura sem ornamentação exige a maior pureza possível da composição arquitectónica”. Sem cair num “racionalismo estéril”, deve ser objectiva e, contudo, “vivenciar imediatamente a sua expressão máxima” nessa objectividade, “desenvolver a sedução do material nobre, a limpidez do vidro, o esplendor e os acabamentos boleados das superfícies, o brilho e a luminosidade da cor, a cintilação do aço, etc. e deste modo, através da ausência de tudo o que é secundário, poder ultrapassar a pureza clássica”.


J.J.P. Oud: Casas geminadas em banda,
Hoek van Holland, 1924

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